proposta finalNão sei se alguém já perguntou pelo significado e pelo motivo por que temos uma arvorezinha no logótipo da nossa Universidade Sénior. Habituamo-nos à imagem e não a questionamos. Mas ela tem uma história.

Quando em 2006, no segundo mandato dos órgãos sociais da Casa do Educador do Seixal, a Direcção se propôs arrancar com a Universidade Sénior, tivemos de atender a várias solicitações. Além de propor a ideia à Câmara Municipal e auscultar o seu sentir, tivemos de criar documentos a regular este novo projecto, investigando o que ao momento existia a nível nacional e nos concelhos vizinhos. Começámos a contactar pessoas dispostas a embarcar nesta aventura, quer como professores quer como elementos notáveis a integrar no Senado, e ainda andámos em busca de espaços para as actividades da futura universidade, já que, nessa altura, vivíamos numa sala e numa cozinha da ex-Delegação Escolar, na Rua Emídio Guilherme Garcia Mendes, da Amora, onde poucos alunos podiam ser atendidos.

Tivemos também de fazer diligências para conseguir uma imagem digna como logótipo da nova universidade. Três anos antes, para conseguirmos o logótipo da Casa do Educador, após um concurso público sem concorrentes, servimo-nos da boa vontade do Dr. Sérgio Silva, um designer filho da nossa associada, prof.ª Ilda Silva. E desta vez, já sem concurso, batemos à porta do mesmo amigo, ocupado então em muitas tarefas. Na conversa, falámos do projecto, das pessoas a quem se destinava e das ilusões que nos acompanhavam neste novo serviço à comunidade, já que, passados os três primeiros anos da associação, sentíamos que nos podíamos voltar para os outros, deixando a ideia corporativa que marcou a sua nascença. Respigando textos da época no jornal, damos com ideias como esta: «Este projecto vai ao encontro dos que querem aprender na idade adulta o que não conseguiram mais cedo, além de permitir a continuação de uma vida activa e cheia de objectivos aos aposentados». Ou ainda outra frase carregada de força: «No nosso meio, há gente capaz de servir a comunidade de modo desinteressado, ou, visto de outra forma, gente que quer continuar a viver, sabendo que quanto mais vida comunicar mais vida recebe por ricochete».

O designer ouviu e foi trabalhar.

Passado um mês ou dois, apresentou à Direcção da Casa do Educador estes três esboços:

proposta 1 proposta 2 proposta 3

  A unir estes três esboços, além das letras moldadas de forma diferente, estão a cor azul do concelho e o dourado, símbolo da sabedoria. Os dois primeiros quadros valem pela força pictográfica das suas linhas. Um a indicar um caminho que, partindo do azul local, chega até ao dourado da sabedoria. O segundo apresenta formas mais clássicas, na linha da tradição, cheio de peso na forma e no tamanho. Havia depois a terceira proposta, mais inovadora, com aquela árvore a chamar a atenção para a VIDA EM CRESCIMENTO, ligada depois às raízes fortes com que se alimenta! E as raízes que a alimentam são as letras, isto é, a seiva da Unisseixal, que trouxe nova vida, novas relações, novas oportunidades para cada um de nós gostar de viver.

Perante esta exposição, ficava clara a opção pelo terceiro esboço, que todos na altura escolheram como símbolo da Universidade Sénior do Seixal e ainda hoje se mantém. Nos documentos da época, escreveu-se:

  «É este o logótipo da UNISSEIXAL, da autoria do designer, Dr. Sérgio Silva, amigo da Casa do Educador, que “plantou” aquela árvore atrás da UNIS, para dizer   que ela nasce, cresce, ganha raízes, produz frutos e também morre, mas de pé!...»

António Henriques